No inverno passado eu
fui convidada pro aniversário de um amigo novo que fiz por aqui. Georges.
Sem quase nenhuma intimidade, já que era amigo de amigo de amigo, fui lá pra
ver no que é que dava.
A casa de Georges me lembrou a minha casa em Salvador.
Paredes coloridas, reproduções de quadros
clássicos em toda as partes nas paredes e música. Musiquinha baixa, fácil
brasileirinha.
Os amigos do Georges, uma graça. Alegres, abertos,
prontos pra comentar sobre quase qualquer coisa. De cinema a receita de comida.
De casamento gay às mais baixas temperaturas de inverno.
E foi assim,
depois de tanto tempo sem escrever no blog eu resolvi dar o ar da graça
falando disso. Porque quando estávamos
prontos pra ir embora eu perguntei ao aniversariante uma coisinha de nada:
“O que você, do alto das suas 46 primaveras diria pra
quem ainda não chegou lá? O que se deve
abandonar no meio do caminho, o que se deve levar consigo por mais tempo?”
Georges, um professor de xadrez profissional diga-se
de passagem, me respondeu depois de uns segundos de silêncio:
“Deixar de lado o que não te faz bem e levar consigo o
que te faz. Dar menos importância ao que
falam de você. Não se deixar levar por pessoas e situações que não te fazem
bem.”
Mas isso a gente já sabe né? Botar em prática já é uma
outra coisa :P. É um exercício
constante. Às vezes se perde a mão e por isso deve-se ter compaixão.
Autocompaixão mesmo. Isso aqui já é
coisa minha, pensamento meu . De quem tava distante das coisas que ama, se
perdeu um pouco no meio do caminho mas agora que voltar de mansinho. Como a música
baixinha tocando na casa no dia da festa
do Georges. Que ainda exercita os seus 46 anos!
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