domingo, 5 de julho de 2015

Arte Sua!




O video é de 16 de outubro de 2013. Um amigo me mandou há não muito pouco tempo atrás essa coisa-fofa-em-forma-de-gente dançando ao seu modo bem original. Acho que ela deveria dar workshop de como ser sem vergonha e feliz, bem feliz. É que essas coisas são unha e carne, BFF –  best friends forever ;) como disse uma amiga minha adolescente.
Me fez lembrar o post de outra amiga no facebook. Ela perguntou o que você diria (em duas palavras) hoje a (o)você mesma (o) de 15 anos atrás. Uma das respostas maravilhosas  em bom carioquês foi « se joga, nem ».

É coisa que a gente já sabe, né? Mas pra não esquecer deveria tatuar essa frase no braço.
Porque isso e coisa que se cultiva.  Na categoria de escovar os dentes, fazer exercício, esperar as pessoas deixarem o vagão do metrô pra depois entrar – eu viajo mesmo ;). Quando a gente acaba esquecendo a importância dessas ações a vida dá um peteleco na parte de trás da orelha : Dá mau hálito, leva-se um empurrão de quase deslocar o braço, o corpo fica mole que nem pudim!
Por isso vou deixar esse vídeo aqui na parte de cima da gaveta. E reinvidicar mas um título pra essa gravação : A vida é arte sua!*




* De Lourival Lopes in "Otimismo todo dia."

Na pista ;)






Tava sempre pensando em voltar a escrever aqui e adiando. Até que, com aquela minha mania de ler dicionários aleatoriamente, abri a página na palavra blog. 

Na verdade, primeiro redescobri a palavra blogue – soube em 2011 que ela foi adicionada à lingua portuguesa inclusive estando em uma nova edição do celebrado Houaiss.

E obviamente me dei conta que blogue não é exatamente o que tava rolando por aqui. ;) É verdade que as definições se transformam ou evoluem. Mas o caráter de diário caiu pelas tabelas há mais de ano.

O gelinho foi parar num limbo do gênero cemitério dos dragões  ou o lugar onde coisas que foram perdidas se encontram pra tomar um café e perdem a hora. Tipo um brinco que perdeu seu par. Anel que perdeu sua pedra. A gente fica na esperança de que essa coisa perdida vai reaparecer e não quer se desfazer da parte que ficou, pobrezinha. E esse grande momento quase-nunca chega. Eu também não queria me desfazer da parte que ficou. Mas à espera do tal momento fiquei. Não sabia exatamente o que estava esperando. Um sinal, talvez? O fato é que a carta ficou esperando sua garrafa pra ser alçada ao mar.

Ai, ai, ai … fiquei na ponte entre sensação bizarra de uma cara de pau do tamanho de um trem de voltar a escrever como se tivesse postado na última semana (essa espécie de timidez virtual tem ou não tem cabimento?) e a comichão de escrever como coisa inevitável, redundantemente sem saída. Pra resumir a estória e não gastar a atenção volátil que se dispensa nesses nossos dias de as garrafas lançadas na rede aqui e ali, o gelinho tá na pista ;). 



terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ainda verão

Há três dias atrás ainda era verão. Naqueles termos da indecisão entre deixar a brisa fria entrar no lado sombra da calçada ou deixar  o sol queimar a nuca no lado sol. A cidade entrando num modo de calma branda que começa  chegar com a mudança de estação mas ainda sentindo que a hora ‘H’ ainda não chegou.  Tem clima pra vestir tecidos frívolos e esvoaçantes, pra tomar sorvete e andar de bicicleta, mas no meio do caminho pode dar um friozinho de pensar em correr pra debaixo das cobertas.
Mesmo assim eu fui ver a floresta urbana desse ano. Fica do lado do museu McCord.  Do lado de fora ;) . Num nicho discreto e misterioso, entre os arranha-céus de vidro e concreto, gaivotas e fumaça de carro. Em 2013 capricharam no roxo e neste ano foi o laranja a vedete.
Ao virar a esquina e  dar de cara com a festa de laranjas me pareceu natural ver árvores de panos coloridos e arame, gente sentada nos bancos de madeira e o vento bagunçando tudo. Executivos correm de bicicleta, estudantes saem da escola em bando, pedestres sem destino atravessam e entre o verde das árvores teimosas o laranja da floresta deslocada de um imaginário para a vida real.

Ainda dá pra brincar com as cores antes que o tempo vire a maré de outono chegue.  E as fotos aí embaixo são para celebrar esse pequeno momento.













sábado, 6 de setembro de 2014

Cora Ronái

Com Cora foi assim:
Eu frequentava uma livraria que nem sei se existe mais em Salvador. Se chama Berinjela. Tem livros usados, LPs, Cds, raridades e afins.  Tinha ouvido dizer que A editora 34 havia feito a proeza de publicar a primeira tradução direta do russo para o português da obra de Dostoiévski. Enlouqueci. O nome de Rónai já não era novo pra mim. Tinha lido a Biografia ilustrada escrita por ele sobre Balzac . Uma diversão só :). E saber que as traduções que tinha lido do Dodô (pois é, desculpem a intimidade) não eram diretas me deixou cheia de curiosidade.
Na hora do almoço fui fuçar o sebo de cabo a rabo. Achei foi nada. Digamos, não o que eu procurava. Encontrei foi um livreto de esquina com a parede. “Fala Foto” de Cora Rónai. Alegremente surpreendida comprei-o e guardei pra ler na volta pra casa.
Voltei andando, sem saber que se podia escrever um livro assim. Sem saber que fora o Paulo havia ainda sua filha. “Que maravilha ,” pensei! Um socorro de bolso para esperar na fila do cinema, para ver o mundo de outras formas.

Daí que esses dias, bulindo no site do jornal “o globo” vi que Cora tem uma coluna. Decidi que vou acompanhá-la. E, que coincidência – dessas do acaso com mania de grandeza* –   dei logo de cara com um texto sobre Montreal:
    

Pra ler toda quinta <3.





* Mário Quintana