Há três dias atrás ainda era verão. Naqueles termos da
indecisão entre deixar a brisa fria entrar no lado sombra da calçada ou
deixar o sol queimar a nuca no lado sol.
A cidade entrando num modo de calma branda que começa chegar com a mudança de estação mas ainda
sentindo que a hora ‘H’ ainda não chegou.
Tem clima pra vestir tecidos frívolos e esvoaçantes, pra tomar sorvete e
andar de bicicleta, mas no meio do caminho pode dar um friozinho de pensar em
correr pra debaixo das cobertas.
Mesmo assim eu fui ver a floresta urbana desse ano.
Fica do lado do museu McCord. Do lado de
fora ;) . Num nicho discreto e misterioso, entre os arranha-céus de vidro e
concreto, gaivotas e fumaça de carro. Em 2013 capricharam no roxo e neste ano
foi o laranja a vedete.
Ao virar a esquina e dar de cara com a festa de laranjas me pareceu
natural ver árvores de panos coloridos e arame, gente sentada nos bancos de
madeira e o vento bagunçando tudo. Executivos correm de bicicleta, estudantes
saem da escola em bando, pedestres sem destino atravessam e entre o verde das
árvores teimosas o laranja da floresta deslocada de um imaginário para a vida
real.
Ainda dá pra brincar com as cores antes que o tempo
vire a maré de outono chegue. E as fotos
aí embaixo são para celebrar esse pequeno momento.
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