Entre faróis e ventos que levam cabelos e pensamentos eu caminho. Empurrando a grande porta medieval do metrô, esperando o momento mágico de atravessar a rua ...
Chamo, este post de randômico porque escrevo num guardanapo de bar o que me vem à mente enquanto espero a chuva passar.
(...)
A noite de hoje, tem uma linha fria que me lembra o invernico soteropolitano em sua vaidosa potência tropical: Agradável ... imprevisível...
A janela com vidro molhado faz a paisagem ficar pontilhada como um quadro de Seurat. Meus olhos teimosos, só querem ver os pontos vermelhos. Semáforos, cartazes, automóveis e o letreiro do Queen Elizabeth (sobre o hotel, prometo pra já já um outro post).
Tinha esquecido que hoje é dia de Canadiens X Chicago. As regras do Hockey estão ainda incompletas no meu caderno de esportes...
Me espanto quando eles pegam o disco com a mão – achei que seria proibido o chamado ‘jogo aéreo’ – também quando eles se tocam sem medo num ‘cataclismo’ corporal (um verdadeiro encontrão no bom português)...e me encanto com o paradoxal bailado entre os corpos plenos de testosterona (munidos de tacos e armaduras) deslizando nos gelos como se fossem bailarinos.
Ainda bem que emoção não precisa de legendas. A virada do ‘match’ me impactou como num jogo de futebol. Meus olhos voaram para os telões como mariposas que se entregam à luz. A chuva lá fora me embalou num cenário imaginário de Julho no Brasil, nas finais dos campeonatos estaduais.
Acabei me dando conta de que os pontos vermelhos são também os torcedores do Canadiens com seus uniformes encarnados, suas caras pintadas, seus pequenos carnavais nos sorrisos. A chuva afinal não passou, mas acho que também mereço esse pequeno brinde.
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