Desta fez não recorri ao Google – selva eletrônica de tudo e de todos – para saber a real origem da poutine. Perguntei por aí. Ao parar numa fila qualquer, no metrô, ao ser abordada com o clássico “de onde você vem” {sotaque,eu? ;)} num restaurante, na casa de algum québecois. “De onde vem a tal da poutine, mesmo?”.
A resposta mais comum é que o prato (mistura de batatas com molho e queijo) é resultado de um improviso. Um prato gorduroso e robusto (haja caloria,viu?) para dar energia pro inverno. No fundo, nada nada realmente ‘científico’ e definitivo. Não queria uma resposta catedrática. Sim uma resposta que vinha do imaginário popular. Que tivesse gostinho de mistério e que me fizesse perguntar em silêncio...”Será?”
A resposta mais comum é que o prato (mistura de batatas com molho e queijo) é resultado de um improviso. Um prato gorduroso e robusto (haja caloria,viu?) para dar energia pro inverno. No fundo, nada nada realmente ‘científico’ e definitivo. Não queria uma resposta catedrática. Sim uma resposta que vinha do imaginário popular. Que tivesse gostinho de mistério e que me fizesse perguntar em silêncio...”Será?”
A 'história' de que mais gostei foi de que um viajante, tipo um caixeiro viajante, sabe? Estava num restaurante de beira de estrada esperando que sua refeição ficasse pronta... o pedido demorava a chegar, no que ele sentenciou: “put it in”. No velho estilo "coloca tudo junto que vou comendo no caminho " .Então, queijo, batata e molho, tiveram seu destino mudado. Foram saculejando pela estrada num súbito de quem tinha mais o que fazer. Estorinha boa, né? Ouvi essa conversa na versão caminhoneiro também. Todas dizendo que o sujeito apressado era anglófono e a palavra foi sendo afrancesada na cadência québecoise.
Me fez lembrar que os pratos típicos em algumas culturas (duas, ao menos) são sempre celebrados como resultado de um improviso que deu certo. Talvez por serem claro retrato de alguma mistureba boa e colorida. Como a paella espanhola e nossa queridíssima feijoada. Nossa feijoada, também cantada aos quatro ventos como resultado de improviso dos escravos africanos, de fato não o é. É uma incorporação do cassoulet francês, criado no século XIV, feito com feijão branco. O que fizemos foi colocar um feijão marrom ou negro. É que “desde a Antiguidade, os europeus latinos faziam cozidos de mistura de legumes e carnes”*.Ou seja, desde o Império Romano...
Quem sabe a Poutine foi inventada pelos vikings e deixada como herança aos primeiros, segundos ou terceiros povos?Ou ainda, era uma receita de parte do clã dos ‘Putin’ (do ex-presidente e primeiro ministro russo) que veio fugido da revolução de 1917 e... foi afrancesada com o tempo? :P
O fato é que o prato foi democraticamente incorporado a quase todos os gêneros de restaurantes. Há também – claro – estabelecimentos em que ela reina sozinha. Os gigantes Mc Donald’s e Burguer King também a tem no cardápio. Imagina se eles fazem isso com o acarajé e o abará na Bahia. Já pensou?
* Leandro Narloch no seu Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
A 'poutininha' clássica : molho, batata e queijo...nham-nham |
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