A música do francês daqui – também chamado de sotaque ;) – eu já posso classificar de francês com estrelas na boca. Parece que com quando o ‘t’ ou o ‘s’ vêm à boca, eles surgem nas palavras como estalos, faíscas mesmo. Como se o interlocutor estivesse com estrelas na boca. As palavras cintilam (fenômeno mais visível no inverno) e as estrelas se cutucam fazendo um som característico e bem tipicamente quebequense. Me deem licença para puxar o quadro negro e ser mais didática:
Phonétique
T s e Dz
Forme écrite Pronunciation
Tu manges du pain Tsu manges dzu pain
Étudier étsudzier
Mardi mardzi
Achei que a impressão de estrelas que se cutucam no céu da boca, fosse coisa do meu ouvido, mas fiquei satisfeita ao ler a gramática do curso de francês para recém chegados e falei de cara pra mim mesma: “ahã”! Ela não fala textualmente em estreeelaas (qual é, gente?), mas a fonética dá uma ideia divertida dos pequenos choques...o tal ‘cutucar’ de que falei antes. Humrum...claro, existem outras maravilhas musicais no falar deles, mas essa é a que eu acho mais bonitinha de ver – e de ouvir.
Ainda tem mais :P eles gostam mesmo de estrelas, viu? Em todo elevador que se preze, temos elas desenhadas para indicando o andar térreo dos edifícios. Chamados aqui de rez-de-chaussée. E fica uma fofura: um estrela com as iniciais RC, lembrando a logo do Rei Roberto Carlos. Na minha mente surgem logo as primeiras melodias de Emoções “Quando eu estou aqui, vivendo esse momento lindo”. Tenho quase sempre que segurar a gargalhada, se tenho algum companheiro (a) de viagem para o próximo andar.
"Tchanã-nãnãnãnã..." Eu não disse? |
(Este post bobo faz um convite para a leitura da crônica do Drummond, a “Boca de Luar” de 1984.) Google it!
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