A palavra é...ro-ta-ti-vi-da-de .
Montreal, a cidade que diz ‘sim’ a quase todos, é contente de ver seus quase-filhos partirem.
Eles ‘pousam’ para estudar um idioma, fazer dinheiro durante um período determinado, um curso na universidade, uma formação qualquer e partem novamente.
Montreal não tem ciúmes, não tem saudades, não se sente deliberadamente usada como um chiclete que perdeu o sabor e foi lançado na lixeira do passado. Ela sabe que é assim mesmo, que a vida tem dessas coisas. ;)
O Dj de Vancouver que veio tocar e aprender francês, o parisiense economista que veio fazer um pé de meia para uma viagem ao Iêmen, um argentino sem rumo que veio provar um pouco da vida no norte, o fotógrafo grego que depois de passar dez anos por aqui, resolveu voltar pra Mikonos. Montreal sabe que as coisas mudam bem antes que se muda uma lua. E por ser tão acolhedora e impessoal, ela se deixa ser gostada.
E perdoa. Os que voam para o Sul, como mariposas atraídas pelo sol, não derretendo suas asas como Zeus o fez com Ícaro. Aceita que eles voltem sem o troféu de quem venceu o inverno. E os (re) acolhe.
Se deixa plenamente ‘gostável’. No seu nomadismo delirante, na sua noite situada entre a tensão e o alívio das mãos que se desenlaçam. No desconhecido que vicia, como um trem desgovernado.
Prédio no centro da cidade.Quantas mariposas voltaram? |
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