segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Sorriso de Outono


O sorriso de outono vem intercalado por duas imagens de um maaaaar de folhas amarelas que caem (caíram) nessas últimas semanas.
Caminhando e fazendo as folhas se quebrarem (crek-crak!) , vou sentindo que as ruas cada vez mais vazias  e misteriosas são mais minhas agora. E as copas das árvores que às vezes parecem nuvens amarelodouradas?!

                                              Sorriso com barulho outonal ;).

domingo, 4 de novembro de 2012

Chuva

Já tem fumacinha saindo da boca quando se tagarela na rua. Já tem que se usar luvas pra quem anda de bicicleta por aí, mas ainda não tem neve. Tem chuva.
O Québec é a terra do gelo e talvez por isso as chuvas no outono  por aqui não me agradam tanto. Meu gostar é bipolar: ou o sol ou a neve. Quando tem chuva, eu me sinto quase que como ultrajada por um fenômeno natural que não é novo #malhumoradaeu? e no entanto não se apresenta como eu costumava experienciar desde o meu ‘sempre’.
 Elas não são refrescantes como uma chuva tropical. São frias – às vezes geladas – como um chuveiro que não se pode alterar para o modo quente. Não é mística, não passeia pelo desvio de um pensamento furtivo, bom. Nem dá vontade de botar a língua pra fora pra tomar um tiquinho ;P. É uma chuva burocrática. Cai. Molha. Congela a derme, provoca gripe #hipocondríacaeu? E, geralmente vem ‘temperada’ por um céu cinzento e um vento agudo.
Pro meu relato não transbordar em indocilidade malcriada, quero dizer que por um ato de Deus, meus sentimentos estão se modificando graças ao caro Martin Page. É que esperando a chuva passar, me abriguei em um sebo. Lá reencontrei um dos meus franceses preferidos. O destino me botou cara a cara com o primeiro livro que li de sua autoria – ainda em português e no Brasil-sil-sil – o ‘Como me tornei estúpido’ só que dessa vez na versão original. Melhor que isso foi ver o seu ‘De la pluie’* que nunca tinha ouvido falar. É um tratado sobre a chuva com poesia branda de botar sorriso no rosto.
Comprei. Gostei muito e recomendo no mesmo tanto. 

Fugindo da chuva-má num viaduto!
                                
O livro que amoleceu meu coração de pedra e sem alma ;)
                                        
*Em tradução livre e burocrática : Da chuva