terça-feira, 9 de abril de 2013

Neve também é mar


Nasci numa cidade praieira. O mar era meu quintal. Minha linha do horizonte. Paisagem natural que emoldurava os dias, as noites, as férias escolares, a ida ao trabalho, ao cinema e mais tarde os mergulhos com snorkel nas águas claras da baía.
Já me perguntei se seria capaz de viver em uma cidade sem mar. Certa vez tive a intenção de morar em Belo Horizonte (Minas Gerais). Os planos não se acertaram e voltei pra Salvador com outra carta na manga: Montreal (#bhaindaehsonho!). O lado bom é que caminhando pelas ruas de BH ao ver que a moldura marítima se transformava em moldura de montanhas por todos os lados, meu coração não reclamou como pensava que seria. A ideia foi totalmente arrematada vendo que estando em Montreal por pouco mais de dois anos, percebo que sim, é possível viver longe da praia (espero que o Rio São Lourenço não esteja lendo este post,rs).
O meu negócio com o mar eu não sei direito explicar. Não costumava ir pra me tostar na areia. Além do que, ia só em horários de criança (até as 10h e depois das 16h). Acho mesmo que ele traz um não-sei-o-que pra cidade a fazendo mais viva.
Ao mesmo tempo, venho pensando que esse ‘não sei o quezinho’, essa ‘vida’ é algo que pode ser ‘substituído’ por um fenômeno da natureza. Sendo assim, acabo de decretar que “neve também é mar”. :)
Sinto que o fenômeno da mudança de cenário que vem com a mudança das estações do ano – e, confesso, a neve mais ainda – traz essa transformação e renovação que o mar trazia em mim. Espelhando o céu, renovando-se com as chuvas, elevando-se com as marés. Começando e recomeçando-se sem fim. Igual a inverno-primavera-verão-outono. Igual a neve-frio-chuva-sol; vento-frio-flores-folhassecasnochão #tudojuntomisturado!
Enquanto os hábitos se acostumam com aos protocolos da mãe terra adaptando-se com casacos, luvas, cachecóis, guardas-chuvas ... os olhos – “janelas da alma” como já disse o poeta – brilham  ainda diante do mar branco que se fez de madrugada. Foi a neve que começou a ‘se compor’ no comecinho da noite. Imensa (seu azul é branco com cristais). Sem o barulho das ondas, sem o salgado da água, sem o quente dos mares austrais. E ainda assim com vontade de ser mergulhada.De ser caminhada a passos largos de algum pinguim novo #euzinha! De ser atravessada – ou remada? ;) – para comprar chocolate quente no café da esquina, para visitar amigo, para ficar na fila de show de rock, ou para simplesmente bisbilhotar pela janela o lado de dentro do lar alheio.
Guardando a promessa de que ela desaparecerá com o calor do tempo para depois voltar em alguns dias.
É que neve, também é mar!

Para a úlitma tempesade de neve da temporada.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Stick Rice


Vocês vão dizer que eu vivo passando atestado de tabaroice e é a pura verdade! Quase tudo o que vejo por aqui vira experiência antropológica fácil, fácil. A mais recente delas foi a do stick rice! Nunca na vida tinha ouvido falar no negócio, vc também não? Ufaaaaa!
Foi assim: fui convidada por uma amiga filipina para o aniversário da filhinha dela. Uma princesa que completaria seus 10 anos. Muita comida típica e muita conversa boa. Descascando camarão e picando legumes, fui descobrindo as estrelas da comida oriental. Arroz (dã), macarrão (dã) e banana (hã?)! Claro que tou resumindo a ópera, né gente? Seria como reduzir a comida brasileira a feijão, arroz e carne.
Enquanto a conversa rolava, a gente tava liberada pra comer um tiquinho dos quitutes que já estavam prontos. Nesse momento, abre-se a panelona em cima do fogão e o que eu vejo é uma mancheia de abarás em miniatura! Como assim? Isso aí não é “prato típico” da minha terra? #bairrista! Em coro, todos me corrigiram: “É Stick Rice, Delana!”. Ah bom, mas como assim? É um bolinho feito todinho de arroz embalado em folha de bananeira e depois cozido no vapor. Algum filipino aí lendo o bloguinho pra me ajudar? :P
Posso dizer que o abará do oriente é gostoso. Parece que o arroz no estilo “unidos venceremos” ganha uma consistência diferente e um sabor tb! Minha amiga Mari Lou explicou que é comida de rua em Manila e que vai me dar a receita preu tentar fazer em casa. Ah, na mesa farta tinha também pimenta de banana, pode isso? Pimenta de banana? Deixei pra mergulhar nesse vulcão tropical na próxima visita... Quem é doido? :)




É primo distante do abará, minha gente!
Pimenta de banana, vai?:P

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Sorriso de Primavera I

O sorriso de primavera é de um vestido que passou a última temporada no armário e tá doidinho pra respirarrrrr. Feito gato querendo ir ver a rua!  ;)!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Apelo

O calendário avisa que agora já é primavera. A notícia foi espalhada pelo hemisfério norte inteiro, mas imprevistos acontecem... De modo que ultimalmente tem dia que é primavera e tem dia que ... não! Não tou falando de dia que é outono (cada vez mais acho que primavera é o outono plantando bananeira - ou seja, dependendo do ponto de vista é importante se apegar aos detalhes como folhas caindo e flores se abrindo, porque as temperaturas são superrrr parecidas ;p); Falo de dia que é inverno com nariz virando geladeira e meleca virando gelo (desculpem os estômagos fracos :D ). 
Como podem ver, eu levo na esportiva. Só que tem gente por aí ferido de morte com essa maluquice no clima. Tão processando até a marmota Phil (estadunidense) pela previsão de tempo engangada, tadinha! Mas Fredinho, ops, Fred (desculpem revelar o nosso  grau de intimidade... <3 ) Previu que a primavera ia chegar num tempo digamos, diferente. Que seria tardia!E não adianta ficar fazendo apelo em vitrine de loja  por aí, hein?

Em tradução livre: caro inverno, por favor enviar a primavera assim que possível, obrigada!

Sorriso de Inverno II



Olha o detalhe do jogador de hóquei esperando o metrô ao lado do engravatado...cada um aproveita o inverno como pode! :P